Da Rocha ao Solo: Enfoque Ambiental
9788581270906
R$ 95,00
R$ 76,00
Autores: Mauro Resende, Nilton Curi, Sérvulo Batista Rezende e Sérgio Henrique Godinho Silva
Este livro é reflexo de muitas décadas de estudos objetivando fazer a ligação funcional e prática entre rochas, solos e ambientes (principalmente tropicais). Os registros aqui feitos englobam diferentes contextos e têm ampla abrangência territorial no Brasil.
Os critérios petrológicos, por si sós, não servem à Pedologia. Os critérios acessórios à classificação petrológica podem ser essenciais à Pedologia; por exemplo, do calcário interessam mais as impurezas, pois o calcário puro não origina solo, mas dissolve-se; assim, não se sabe se um Latossolo foi originado de ardósia ou de calcário; a impureza do calcário é essencialmente pelítica, como a ardósia; basalto e tufito originam solos praticamente indistinguíveis; da mesma forma que o gnaisse leucocrático e granodiorito ou granito.
Para a Pedologia acessórios petrológicos, como apatita e magnetita, têm muita importância; as impurezas do calcário é que na realidade constituem o material de origem do solo.
Em muitos casos a natureza geral do material de origem tem que ser avaliada a partir do solo: o material de origem pode não estar mais presente; e pode muito bem acontecer de o que está não ser igual ao que originou o solo acima, daí ser praticamente impossível saber-se que rocha deu origem ao solo: pode-se inferir apenas a natureza geral dela, como gnaisse inferido pela estruturas do horizonte Cr, e leucocrático ou mesocrático pela coloração mais ou menos avermelhada do solo ou mesmo de forma generalizada, o grau de mistura, como nos solos influenciados simultaneamente por basalto e arenito.
Mesmo com essa incerteza muitas vezes a respeito do material de origem, é inegável a importância da rocha de origem; ele dá informações sobre o potencial de fornecer alguns nutrientes, por exemplo, teor total de fósforo, de ferro; indicações sobre elementos traços e, em algumas circunstâncias, até sobre alguns minerais na fração argila: é o caso da illita (um mineral detrítico) e da maghemita; e, mais diretamente, sobre os das frações mais grosseiras. Apesar disso não se deve superestimar a contribuição do material de origem: a rocha de origem é apenas um dos fatores de formação do solo. As características do solo não dependem apenas da rocha de origem. Uma rocha rica, como basalto, pode dar origem a solos álicos, independentemente da idade (geomorfologia). Assim, mesmo em território brasileiro, onde não há extremos climáticos, pode-se detectar, por exemplo, casos de franco domínio das condições bioclimáticas sobre as características do solo. No Planalto Meridional, onde as baixas temperaturas acentuam a lixiviação em relação à intemperização, os solos desenvolvidos de basalto tendem a ser rasos e pobres em nutrientes.
Dependendo da natureza do solo formado, as rochas são aqui grupadas para fins pedológicos e ambientais; nesse agrupamento partiu-se do solo para a rocha. Premiou-se, por esse critério, o produto final (solo). As diferenças entre os atributos das rochas são importantes, mas a convergência nos atributos-chave do solo como teor de ferro, fósforo total, teor de argila etc. têm prioridade.
Mas nesse agrupamento surge um problema: rochas bem distintas quanto a petrologia originam solos semelhantes, como basalto e tufito, gnaisse leucocrático e granito ou granodiorito etc. Assim, para preservar as valiosas informações petrológicas e enfatizar o critério de premiar a natureza dos solos usou-se as expressões pedogranítica, pedomáfica, pedopelítica etc... que talvez possa ser lida como, no caso da pedomáfica, como rocha que origina solos como se máfica fosse e assim por diante.
Dessa forma, acredita-se que este livro venha a preencher uma enorme lacuna integrando rochas, solos e ambientes no Brasil. Destina-se, principalmente, a estudantes de graduação e pós-graduação, seus professores e pesquisadores, como base para a compreensão do comportamento integrado destes sistemas, tanto em seu estado natural como alterado.
Da Rocha ao Solo tem enfoque ambiental por enfatizar os recursos água e nutrientes. É quase sempre difícil saber qual foi o material de origem do solo; à semelhança do grau de contribuição do psamito e do basalto na terra roxa, com diferentes graus de mistura, infere-se o material de origem a partir do solo.
A rocha de origem dá informações sobre o potencial de fornecer alguns nutrientes, por exemplo, teor total de fósforo, de ferro; indicações sobre elementos traços e, em algumas circunstâncias, até sobre alguns minerais na fração argila: é o caso da illita (um mineral detrítico) e, talvez, da maghemita; e, mais diretamente, sobre os das frações mais grosseiras. No entanto, uma rocha rica (basalto) pode originar solos ácidos e pobres em nutrientes disponíveis. No Planalto Meridional, as baixas temperaturas aumentam a relação lixiviação/intemperismo e os solos, mesmo desenvolvidos de basalto, tendem a ser rasos e pobres em nutrientes.
Rochas bem distintas como basalto e tufito, gnaisse leucocrático e granito ou granodiorito etc. podem originar solos semelhantes; é impossível, por ora, distinguir um Latossolo originado de calcário ou de ardósia do Grupo Bambuí: o solo de calcário é formado do resíduo pelítico após a remoção do carbonato. Assim, para preservar as valiosas informações petrológicas e enfatizar o critério de premiar a natureza dos solos usaram-se as expressões pedogranítica, pedomáfica, pedopelítica etc... que talvez possa ser lida como, no caso da pedomáfica, rocha que origina solos como se máfica fosse e assim por diante.
Dependendo da natureza do solo formado, as rochas são aqui grupadas para fins pedológicos e ambientais; nesse agrupamento partiu-se do solo para a rocha. Premiou-se, por esse critério, o produto final (solo). As diferenças entre os atributos das rochas são importantes, mas a convergência nos atributos-chave do solo como teor de ferro, fósforo total, teor de argila etc. têm prioridade.
É provável que no futuro se venha a definir melhor essas classes em termos de melhor quantificação dos critérios definidores dessas "pedorrochas"... Assim, esse livro é apenas um esforço inicial onde há muito que melhorar.
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